Um dos aspectos do infantil é
aquele que já mencionamos: uma retidão intrínseca, uma sabedoria natural, um
valor privado de existência, trazido para o mundo ao invés de resultar dele,
uma qualidade de atenção ou de “estar ali”, o que é um direito inato do homem,
mas que ele com muita freqüência perde. Quaisquer que sejam os valores que a
criança apresente, são inseparáveis do nosso ser. São os valores da nossa
origem na natureza. “As coisas propriamente infantis” não são mais do que
expressões não distorcidas deles, suas manifestações não veladas.
Assim a criança representa algo
que no homem é sua origem, sua base, seu ser mais intrínseco, uma essência que
a cultura esconde. E a atitude infantil é uma atitude da confiança na própria
natureza, aceitando como verdadeiro a retidão básica da vida, em vez de assumir
que a vida é um erro para ser corrigido através de esforços (...). A Criança
Divina - Claudio Naranjo