31 de dez. de 2013

A Criança Divina - Claudio Naranjo


Um dos aspectos do infantil é aquele que já mencionamos: uma retidão intrínseca, uma sabedoria natural, um valor privado de existência, trazido para o mundo ao invés de resultar dele, uma qualidade de atenção ou de “estar ali”, o que é um direito inato do homem, mas que ele com muita freqüência perde. Quaisquer que sejam os valores que a criança apresente, são inseparáveis do nosso ser. São os valores da nossa origem na natureza. “As coisas propriamente infantis” não são mais do que expressões não distorcidas deles, suas manifestações não veladas.
Assim a criança representa algo que no homem é sua origem, sua base, seu ser mais intrínseco, uma essência que a cultura esconde. E a atitude infantil é uma atitude da confiança na própria natureza, aceitando como verdadeiro a retidão básica da vida, em vez de assumir que a vida é um erro para ser corrigido através de esforços (...). A Criança Divina - Claudio Naranjo

O Rebelde

Rebelde é aquele que não reage contra a sociedade, é aquele que compreende todo o jogo e simplesmente cai fora dele. O jogo passa a não fazer sentido para ele.

Ele não é contra o jogo. E essa é toda a beleza da rebelião: trata-se de liberdade.

O revolucionário não é livre. Ele está o tempo todo lutando contra algo - como pode haver liberdade na reação?

Liberdade significa compreensão. A pessoa compreende o jogo e, ao ver que ele é um modo de impedir a alma de crescer, um modo de não permitir alguém de ser quem é, ele simplesmente o abandona sem que ele deixe marcas na sua alma. A pessoa perdoa e esquece, seguindo em frente sem nada que a prenda à sociedade em nome do amor ou em nome do ódio.

A sociedade simplesmente desaparece para o rebelde. Ele pode viver no mundo ou pode sair dele, mas não pertence mais a ele; é um forasteiro.

Osho - Liberdade - A Coragem de Ser Você Mesmo

Nisargadatta Maharaj - Despertar Para o Eterno


29 de dez. de 2013

Osho – Encontro Com Pessoas Notáveis

Gurdjieff tem apenas um ensinamento para seus discípulos, que é o de não se identificar. Toda sua escola, suas técnicas, seus métodos e situações baseiam-se num único fundamento que é este: não se identificar. (...)

Lembre-se do centro! Observe seu comportamento, seus atos, suas identificações e estará estabelecida uma distância; logo vai se criando uma distância – o observador e aquele que faz tornam-se dois. Você poderá se ver rindo, chorando, caminhando, comendo, fazendo amor; poderá fazer muitas coisas, o que quer que aconteça a seu redor – e permanecerá como um observador. Não mergulha para se fundir com o que quer que esteja vendo. (...)

O seu ser interior é exatamente como um espelho. O que quer que passe a sua frente ele reflete, tornando-se simplesmente uma testemunha.  Venha a doença ou a saúde, a fome ou a saciedade, o verão ou o inverno, a infância ou a velhice, o nascimento ou a morte – o que quer que aconteça, acontece diante do espelho, mas nunca AO espelho.
É isso a ausência de identificação, o corte pela raiz, na própria raiz – para se tornar um espelho.

Osho – Encontro Com Pessoas Notáveis